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Novas Tradições de Natal


Quando eu era criança, eu amava o Natal. Em casa, montávamos a árvore, escrevíamos a carta para o papai noel, minha mãe ganhava um montão de presente dos seus alunos na escola, comprávamos prendas para meus primos, tios, amigos, avós e professores. No dia 24 íamos para a minha avó - mãe do meu pai - e passávamos a noite brincando com meus primos que eram os meus melhores amigos. Adorava o cheiro da comida, a mesa cheia, a família junta e a expectativa para a chegada do papai noel que nunca deixava de vir. Não deixei de gostar da sensação de ficarmos escondidos no quarto à espera do barulho dos sinos das renas que indicava que ele já estava lá, na sala, nos esperando, nem quando já sabia que o papai noel era meu tio Flávio e que era esse o motivo para ele ser tão azarado do papai noel nos visitar sempre que ele não estava na sala. E no dia 25, depois de abrirmos os presentes que o papai noel deixava à noite na árvore, acontecia tudo de novo, agora com a família da minha mãe.


Então, cresci. E percebi que a maior decepção em relação ao Natal não foi descobrir que o papai noel era na verdade meu tio. O ambiente que para mim parecia mágico estava, na verdade, marcado por brigas, queixas e discussões familiares. Parecia que nenhum dos adultos gostava realmente de estar lá. De repente, as prendas não despertavam sorrisos nos meus primos, mas um ar de decepção, como se nada fosse bom suficiente. Descobri que havia pessoas com fome no mundo e que a comida que servia-se no Natal era mesmo excessiva. E o pior: quase ninguém gostava dela... fazia-se e comia-se porque era assim que tinha que ser. Depois descobri o tamanho do esforço financeiro que meus pais tinham que fazer para sustentar a magia do Natal que para mim já não tinha nada de muito de mágico. E então... meu tio, o papai noel, meu padrinho, morreu. E tudo ficou mais estranho, menos mágico.


Depois do meu tio, foi meu avô, minha avó já não tirava o pijama, e o Natal em família acabou. E minha outra família, a da minha mãe, a doa dia 25, já não vivia em São Paulo.


Então, um pouco antes de vir para Portugal, minha mãe teve uma ideia: fez um Natal na minha casa! Sem peru, sem tender, sem um abacaxi em calda e nozes velhas que ninguém comia. Não haveria troca de presentes, não era permitido conversa chata. O Natal era para nós: eu, meu pai, minha mãe e meus irmãos. E, quem quisesse, podia aparecer. Foi uma delícia. Muita risada e jogos, a comida estava uma delícia e o ambiente voltou a ser mágico.


Em Portugal, passei Natal em várias casas, com várias pessoas diferentes, com várias tradições. Mas, nenhum deles foi tão mágica como esse último Natal sem cara de Natal. Ou talvez tivesse mais cara de Natal que qualquer outro.


Quando voltei ao Brasil, sonhei que o Natal seria assim de novo. E acho que no primeiro ano até foi. Mas nem todos. E o dos últimos anos foram muito duros.


E já nem me lembrava que gostava do Natal. Tanto, que estava decidida a ignorá-lo, torná-lo uma noite comum... Só eu e o Ti.


Foi numa conversa de telefone com uma amiga quando estava em Lisboa, que percebi que estava sendo tola: eu adoro Natal! Não vou ignorá-lo, mas sim reiventá-lo.


Comecei por decorar minha casa!!!!! Mas, vida nova, jeito novo de fazer as coisas... então, eu fiz minha árvore de Natal! (essa da foto aí de cima). Essa foi a primeira tradição que escolhi: a partir desse ano, as árvores serão sempre diferentes e criadas por mim e pelo Ti.


E tenho mais 14 dias para escolher novas tradições para a nossa noite de Natal a dois! Ideias?


Enfim, se quiserem aprender, copiar ou se inspirar, vejam como fiz a árvore (clique nas imagens para ver o texto):


Feliz Natal,

ho ho ho

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Folha de queda
Rê Schermann

Apaixonada pela vida e tudo de bom (e menos bom) que vem junto com ela. Se pudesse, viveria um dia em cada lugar para conhecer mais gente, mais culturas, mais paisagens e, principalmente, para viver mais experiências

 

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Mudar de ares, desapegar, sair da zona de conforto, experimentar, ter tempo para escrever e apresentar pro mundo os Açores, esse lugar paradisíaco. Parece um bom plano, não? 

 

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Criado por Rê Schermann com Wix.com

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