Um mês, a saudade da rotina e uma viagem à Lisboa
- Renata Schermann
- 10 de set. de 2018
- 3 min de leitura
Faz um mês que chegamos nos Açores, na Ilha do Faial.
E estamos adorando:
- a paisagem
- o mar, as praias e, principalmente, as piscinas naturais
- o Pico, que apesar de ser uma montanha com 2 mil metros de altura, nunca é o mesmo a cada dia
- as pessoas, extremamente simpáticas, positivas e acolhedoras
- o cuidado e a limpeza que se observa em tudo na ilha
- passear em qualquer lado e em qualquer lugar
- a comida, muito fresca e muito saborosa
- a nossa casa, que é linda de morrer
- nossos novos amigos que já parecem amigos de décadas de tão queridos
- alguns lugarzinhos mágicos: A CASA (casa de chá e bar), o Porto Comprido, o café do Porto Pim, a Casa dos Milhafres, a Gelateria Atlântico.
- Os queijos... ahhhh, os queijos!

E já aconteceu tanta coisa:
- Alugamos nossa casa
- Fizemos amigos
- O Ti já fez alguns contactos profissionais
- O Ti já tocou no Faial!!!
- Demos a volta à ilha de carro. E de novo. E de novo.
- Compramos Bikes e já demos vários rolê
- Visitamos um pouquinho da Ilha do Pico.
- Conhecemos quase todas as piscinas naturais e praias da Ilha
- Conhecemos uma pá de gente bacana
- Acho que eu emagreci
- Vimos baleias e golfinhos
Nos apaixonamos pela Ilha acho que ainda não tínhamos nem pousado. Mas no começo, por mais que divertido, pairava uma tensão no ar. Uma necessidade, que a gente tentava disfarçar, de estabilizar, de ter nossa casa, de ter amigos, de ter trabalho, de ter uma rotina. Eu achava que a maior parte disso tudo ia demorar para acontecer, mas acabou por acontecer muito rápido e assim que alugamos nossa casa, pensamos que já podíamos relaxar.
Mas não relaxamos.
Minha mãe, que é coaching, descobriu que um dos Valores principais na vida da minha irmã é a Rotina. Fiquei escandalizada! Como alguém podia valorizar tanto a rotina? Eu sempre detestei... pelo menos eu achava que detestava. Mas acabei por descobrir que existem maneiras diferentes de encarar a rotina.
Então, estávamos no paraíso, nossos planos encaminhados e em breve mudaríamos para a nossa casa. Por que ainda não estávamos satisfeitos? É que nossa mente não se engana... ela sabia que não estávamos turistando pela ilha e por mais que estivéssemos boiando no mar mais azul que eu já vi na vida - e com água numa temperatura "xilentchi" - a gente sentia falta de rotina. Louco, né?
Mas não daquela rotina doida de acordar correndo, de pegar metro, de passar 8 horas no escritório, enfim, vocês conhecem o script. Simplesmente, precisávamos de uma rotina, da nossa rotina. E a gente podia - pelo menos por enquanto - defini-lá como quisermos. E assim foi!
De maneira geral, desde que mudamos para a casa, todos os dias acordamos cedo - eu gosto de meditar/alongar pela manhã enquanto o Ti fica na cama lendo notícias - , preparamos o pequeno almoço juntos, que comemos na cozinha ou no quintal, definimos o que vamos fazer para o almoço e vamos fazer alguma coisa juntos (praia, passeio, compras, bike...). Depois do almoço, em casa, cada um vai para seu canto trabalhar em seus projetos.
Como o escritório/estúdio do Ti é no anexo e o meu fica no andar de cima da casa, não nos vemos a tarde toda, cada um concentrado no que está fazendo. É uma delícia porque no fim do dia podemos perguntar um ao outro "como foi seu dia?".
Eu às vezes preciso respirar e nesses breaks gosto de ir tomar café no terraço, jogar videogame ou pintar mandalas e afins.
No fim de tarde nos reencontramos e vamos tomar café no CASA, um drink no nosso terraço ou preparar o jantar. Ás vezes damos uma caminhada na avenida da Marina, às vezes fazemos algum tipo de ginástica. E nossas noites têm sido de filmes, séries, livros, videogames e conversas sobre nossos planos e ideias que surgiram ao longo do dia.
Tem sido maravilhoso.
Por isso, mesmo empolgada com o que tenho para fazer em Lisboa - lançar meu livro, ir no aniversário da minha quase sobrinha linda de morrer, conhecer a casa nova da minha grande amiga e do meu afilhado, buscar coisas minhas que estão Ourém numa viagem com outra amiga querida, e ainda matar a saudades de vários amigos - é com aperto no coração que fiz as malas e vim para o aeroporto exatamente 1 mês depois que aqui chegava maravilhada.

Volto segunda que vem, pronta e empolgada para a fase dois da nossa aventura: implantar projetos, trabalhar em cenas bacanas, ganhar dinheiro :-)
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