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Até no paraíso pode ser difícil relaxar


Aaaahhhhh, uma ilha magnífica, com vegetação exuberante, águas quentes e cristalinas, o calor constante apaziguado pela leve brisa do mar, Eu e Ele e todo o tempo do mundo... Uau! Perfeito para relaxar, descansar, namorar e ver o tempo passar!


Só que não.


E a culpa não é da ilha, da água, do clima, do verde, nem mesmo minha ou dele. É da nossa cabeça que, não importa o quanto nos preparamos para ser aventureiros e lidar com os imprevistos, ainda cisma em se preocupar com questões tão enfadonhas como "precisamos de um lugar para morar".


Ainda não temos uma casa!

Quer dizer, até dia 25 de agosto temos uma casa alugada via Airbnb, mas depois disso ainda não sabemos para onde vamos. E isso até fazia parte do plano:


"E onde vocês vão morar?" - nossos amigos nos perguntavam quando contávamos nossos planos de mudança.

"Ainda não sabemos. Alugamos uma casa por 15 dias e depois de conhecer melhor a ilha, alugamos uma casa mais permanente"


Tão descontraídos, tão corajosos, tão open minded.


Entretanto, no dia-a-dia, por mais que tentamos abstrair da questão, a frase Ainda não temos uma casa! está sempre pairando entre nós.


A qualquer lugar que chegamos, seja uma praia deliciosa, um restaurante agradável com vista magnífica, um jardim maravilhoso, não conseguimos ficar muito tempo. Parece que areia pica, a cadeira é de pregos e o jardim dá alergias. A cabeça não para e não consegue focar no presente. Ontem saímos para dar um rolê de bike por uma paisagem estonteante. Porém, sempre que parávamos nem que fosse para um copo de água, eu puxava o celular para ver se alguém havia respondido aos meus pedidos de recomendação, o Ti não parava de perguntar se eu tinha respondido aos comentários e os dois contavam todas as ideias para achar uma casa que tínhamos pensado no caminho.


Eu acho que no geral, ainda vou lidando melhor com a questão. Faço um plano do mental das ações que preciso fazer naquele dia e vou realizando aos poucos, tentando focar em outros assuntos quando não estamos tratando do tema imobiliário. Tentando... Mas o Ti fica tenso. E é fácil de perceber porque ele às vezes perde o senso de humor de de se divertir, faz as mesmas perguntas em looping mesmo já tendo respostas para elas, e até sua postura é contraída. Ele sempre teve mais dificuldades em lidar com imprevistos, com improvisos (de vida, porque na música é o ninja da improvisação) e com problemas. Somos bem diferentes nesse ponto e isso tem tudo a ver com a maneira como nossas famílias lidam com essas questões e com nossas histórias de vida. Não quer dizer eu que não fique preocupada, mas ao invés de ficar remoendo a preocupação, tendo a focar na solução seja ela o plano A, B, C ou Z. E acho que também disfarço melhor a tensão, ha ha ha.


E porque queremos tanto e já, no quinto dia de ilha, arrendar a nossa casa?! Não é só pela questão de segurança. Queremos fazer amigos, construir uma vida, voltar a trabalhar em nossos projetos, parar de viver entre malas. E para isso tudo, quatro paredes e um teto para chamar de nosso faz toda a diferença. E também não estamos morrendo de urgência em conhecer toda a ilha de uma vez. Queremos deixar muita coisa para explorar depois, com tempo. Por isso, também, não conseguimos nos focar em fazer turismo.


Enfim, vai dar certo. Não é tããoãoo simples porque, nessa época, assim como em todo Portugal, quem tem casa livre quer alugar por temporada, porque compensa mais financeiramente. As pessoas aqui da ilha já nos avisaram que no dia 1 de setembro começa a pipocar casa para alugar por todos os lados. Porém, depois de colocar um anúncio num grupo de facebook, recebi alguns feedbacks e adoramos uma proposta.


Talvez dê certo. Talvez não dê com essa e mas dê com outra. Mas, vai dar certo.


Agora falta definir o que vamos fazer entre o dia 25 de agosto e 1 de setembro.

Talvez... visitar outras ilhas!

E vamos que vamos!



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