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Tem uma cena num filme bem antigo com o Nicholas Cage e a Tea Leoni chamado The Family Man em que a personagem de Tea Leoni está de mudança dos Estados Unidos para Paris. Ela está linda maravilhosa, de gola alta, bota de salto, cabelo alinhado, maquiada, entre caixas perfeitamente iguais e organizadas, com tempo para receber visitas horas antes do seu vôo partir. Uma mudança de país perfeita, tranquila... chique, até. E falsa. Ou muito cara.
A realidade é mais parecida com isso:
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Muitas olheiras, moletom furado, cabelo descuidado, dias empacotando sacos, sacolinhas, caixote de lixo, caixa de papelão reaproveitada e afins, muita dor nas costas e tudo acontecendo vários dias antes de viajar para dar tempo de limpar, pintar, preparar os documentos, fazer a vistoria e entregar o apartamento em ordem (no meu caso, pelo menos, em que o apartamento é alugado). E eu morava num apê de 40 metros quadrados e consegui vender todos os móveis e eletrodomésticos para uma única amiga, o que facilitou muito.
Por isso, segue a recomendação: planeje muito bem esse finalzinho e prepare-se física e emocionalmente para ele porque muita coisa dá errada, o cara que viria hoje muda para amanhã, para tudo falta uma peça, um pagamento extra, um tempo a mais, as caixas acabam antes dos objetos a serem empacotados, você descobre que coisas que você gostaria de levar não cabem nas malas e ainda começa a perceber que vai sentir falta do apartamento do qual está se desfazendo, de um monte de coisa que está deixando para trás, da simpatia do cara da padaria, do porteiro que sempre te ajuda, do restaurante onde você costuma almoçar e fica mais claro que a mudança está logo aí.
Mesmo antes de vir para o Brasil, eu já sabia que, se pudesse, gostaria de morar na Vila Mariana ou Paraíso. E alugamos um apartamento mesmo na divisa entre os dois bairros. Um apartamento de 1 quarto, pequenininho mas ajeitadinho, para não gastar muito dinheiro e ainda viver perto do metrô, da Paulista e do Ibirapuera, o que para a gente significava qualidade de vida em São Paulo.
E eu gostava muito do mood da nossa casinha porque tinha muito a nossa cara. Em Portugal, quando fui viver para a primeira casa em morei sozinha, aproveitei móveis doados, vivi muito tempo sem sofá, sem mesas, sem enfeites e sem detalhes. Com o tempo, fui mudando, reaproveitando, adquirindo, reformando e me livrando de coisas e até que fiquei com uma casa bem bacana. Mas aqui, comprei tudo de uma vez e para aquele apartamento. Então, a casinha tinha um conceito, tinha um projeto, e mesmo com poucas coisas e com coisas simples, ela era uma graça:
E mais... nosso plano é alugar uma casa já mobiliada nos Açores, então... Vai demorar para fazer tudo novo :-)
Enfim, foi bem cansativo todo o processo. Assim que saíram os móveis, na sexta, vim para um Flat onde vou ficar até viajar. No sábado voltei porque o apartamento ia ser pintado e hoje, segunda, voltei de novo para a vistoria e entrega do apartamento. Confesso que ainda estou cansada, me recuperando e tentando restaurar as energias em 100% porque, assim que entrar no avião, vou passar uns 2 ou 3 meses com vida de nômade entre o período de férias em Portugal e o de procurar e arrumar casa nos Açores.
Por isso... cama grande e bem arrumada, café da manhã de hotel, banheira, piscina, sauna, sol pela manhã, caminhadas em ritmo de tartaruga, arrumação do quarto todos dias pelo "staff", sopa entregue no quarti e visita de família... está sendo bom demais!