Já contei num post lá atrás o motivo de termos escolhido os Açores para viver. Mas, como ultimamente tem muita gente me perguntando sobre isso, vou contar de novo.
Por que as pessoas mudam de país? Normalmente por amor, por reagrupamento familiar, oportunidade de emprego, estudo, programa de intercâmbio, qualidade de vida e, em casos mais extremos, asilo político, refúgio, fuga de catástrofes naturais ou problemas econômicos graves. Mais ou menos isso.
E como eles escolhem para onde vão? Na maioria das vezes, o lugar nem é uma opção: muda-se para onde está a família, o amor, o emprego ou a faculdade (não vou falar dos casos extremos). A não ser, quando o motivo é "vou atrás de qualidade de vida". Então, o mundo se abre a sua frente com um infinito de possibilidades. E você precisará de critérios para escolher o destino. Precisará definir o que, para você, é qualidade de vida.
A primeira decisão que tomamos, eu e o Tiago, foi sair de São Paulo porque queríamos uma vida melhor. E uma megalópole com dezenas de milhões de habitantes, trânsito, barulho, falta de respeito, falta de segurança, excesso de poluição, custo de vida abusivo, serviços públicos - e também privados - precários, em que a maioria da população tem seus valores relacionados a dinheiro, carreira ou consumo e ainda com uma crise política que está deixando todo mundo doido, não é aquilo que consideramos um lugar para se ter qualidade de vida, para se viver bem. Mesmo que a vida econômica e profissional pessoal vá bem, obrigada.
Decisão tomada: Vamos embora! O primeiro destino óbvio seria voltar para Portugal. Para Lisboa ou Sines, onde já vivemos. Mas... Por que? Por que só essas duas cidades deviam estar na balança? Por que não... qualquer outro lugar?
Vocês deviam ver nossas caras quando essa hipótese foi colocada na mesa: e se morássemos em qualquer outro lugar? Parecia que todos os segredos dos cosmos se revelavam para nós. A gente podia ir para qualquer lugar! Qualquer lugar que a gente quisesse!!! E isso era incrível, era delicioso, era vibrante, era... gigante!
Qualquer lugar...
Existem 193 países, mais Taiwan e o Vaticano, e cerca de 36,8 milhões de cidades no mundo. Como começar a escolher? Então os olhos do Tiago brilharam e ele perguntou:
- Podemos morar numa ilha?
Claro que podemos, por que não? E assim surgiu o primeiro critério de definição. Queríamos viver numa ilha. A busca estava mais resumida. Precisávamos de mais critérios:
- não pode se qualquer ilha. Tem que ser um lugar bonito (Tiago)
- tem que ser um lugar em que nosso (pouco) dinheiro valha alguma coisa (Renata)
- não quero lugar frio (Tiago)
- putz! Agora que tenho cidadania portuguesa, não estou com vontade de ir para um lugar onde tenha que implorar por visto (Renata)
- Tem que ser um lugar sossegado (Tiago)
- Não pode ser uma ilha com cara de cidade. Tem que ter cara de praia. Ou de campo. Ou os dois. (Renata)
Resultado da pesquisa: Malta, Sardenha, Croácia, Açores, Grécia
Grécia descartamos logo por causa da crise económica e porque os lugares muuuuito bonitos eram também muuuuito caros. O mesmo para Sardenha (ou Sicília, da qual só lembramos depois).
Croácia.... lindo! Barato! Comunidade Europeia! Mas... fala-se Croata... Affffff.
Por muito tempo ficamos tentados com Malta, até descobrimos que tinha se tornado roteiro preferencial de intercâmbio cultural de adolescentes brasileiros. Sem preconceitos, mas não.
Açores!!! Tínhamos um eleito. Natureza, mar, ilha, montanha, até vulcão e baleias, sem precisar de visto, custo de vida ok, fala-se português e come-se muito atum fresco. O que mais podíamos querer?
Chegaremos no Faial, no Arquipélago dos Açores, no dia 10 de Agosto. E vocês poderão acompanhar essa nossa pequena aventura por lá aqui nesse blog.
Por enquanto, para saber mais sobre os Açores, conheça Visit Azores.
ENGLISH
I told you in a post back there why we chose the Azores to live.
But as lately there are a lot of people asking me about it, I'll tell you again.
Why do people change countries?
Normally for love, for family reunification, employment opportunity, study, exchange program, quality of life and, in more extreme cases, political asylum, refuge, escape from natural disasters or serious economic problems. More or less.
And how do they choose where they go? Most of the time, the place is not even an option: move to where the family is, love, job or college (I will not talk about extreme cases). Unless, when the motive is "I go after quality of life".
Then the world opens up to you with an infinite number of possibilities. And you will need criteria to choose the destination. You need to define what, for you, is quality of life.
The first decision we made, myself and Tiago, was to leave Sao Paulo because we wanted a better life. And a megalopolis with tens of millions of inhabitants, traffic, noise, lack of respect, lack of security, excessive pollution, abusive cost of living, public services - and also private - precarious, in which the majority of the population has its values related to money, career or consumption and still with a political crisis that is making everyone crazy, is not what we consider a place to have a quality of life, to live well. Even if personal economic and professional life goes well, thank you.
Decision taken: Let's go! The first obvious destination would be to return to Portugal. To Lisbon or Sines, where we already live. But why? Why only these two cities should be in the balance? Why not ... any other place?
You should have seen our faces when that hypothesis was put on the table: what if we lived anywhere else? It seemed that all the secrets of the cosmos were revealed to us. We could go anywhere! Anywhere we wanted !!! And that was incredible, it was delicious, it was vibrant, it was ... giant!
Anywhere...
There are 193 countries, plus Taiwan and the Vatican, and about 36.8 million cities worldwide. How to start choosing? Then Tiago's eyes flashed and he asked,
- Can we live on an island?
Of course we can, why not? And so the first criterion of definition emerged. We wanted to live on an island. The search was more summarized. We needed more criteria:
- can not get any island. It has to be a beautiful place (Tiago) - it has to be a place where our (little) money is worth something (Renata)
- I do not want a cold place (Tiago)
- Putz! Now that I have Portuguese citizenship, I do not feel like going to a place where I have to beg for it (Renata)
- It has to be a quiet place (Tiago)
- It can not be a city-like island. It has to have beach face. Or field. Or both. (Renata)
Search results: Malta, Sardinia, Croatia, Azores, Greece
Greece soon discarded because of the economic crisis and because soooo beautiful places were also soooo expensive. The same for Sardinia (or Sicily, of which we only remember later).
Croatia .... beautiful! Cheap! European Community! But ... Croatian is spoken ... Affffff.
For a long time we were tempted with Malta, until we discovered that it had become the preferred route of cultural exchange for Brazilian adolescents. No bias, but no.
Azores!!! We had one elected. Nature, sea, island, mountain, up to volcano and whales, without visa, cost of living ok, we speak Portuguese and eat a lot of fresh tuna. What more could we want?
We will arrive in Faial, in the Archipelago of the Azores, on 10 August. And you can follow our little adventure over there in this blog.
For now, to know more about the Azores, visit Visit Azores.
