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Essa semana estava no trabalho, fazendo planejamento de alguma ações, e comecei a usar a palavra "nós" em frases sobre ações futuras "nós precisamos fazer um plano de comunicação interna", "nós precisamos entregar..." e, de repente, me dei conta de que não seria nós, mas sim eles. Eles entregariam, eles fariam, eu já estaria fora da empresa e do outro lado do oceano.
É estranho quando isso começa a acontecer. A vida de ninguém ao nosso redor pára porque a gente decide mudar de país, mas a nossa vai reduzindo o ritmo.
Então, começamos a notar um monte de eventos, planos e projetos nos quais já não estaremos envolvidos.
A mudança não acontece em um único dia, ela vai acontecendo aos poucos.
Pouco a pouco, vamos sumindo do lugar onde estamos, da vida das pessoas a nossa volta. Vamos ficando borrados, meio transparentes, até desaparecer.... e surgir do outro lado.
E essa chegada na nova vida não acontece de uma vez. Vamos vendo coisas acontecendo que ainda não podemos estar ou participar, oportunidades que não podemos agarrar. No nosso caso, que estamos voltando para um lugar onde já vivemos, alguns amigos nos escrevem com propostas "Vocês vão estar aqui tal dia? Vou fazer uma festa!". É nossa imagem que começa a aparecer do outro lado. Mas, não. Ainda não estaremos. Entretanto nossa imagem ainda é apenas uma sombra, uma projeção.
Durante um tempo não pertencemos a nenhum lugar.
A vida fica com ar de saudade e de promessa e nosso coração é invadido por tristeza e expectativa. Resta-nos focar na mudança. Nos planos, nas ações, nos check lists e nas planilhas, e viver nesse "lugar"que por um tempo habitamos sozinhos.
Ps: faltam 52 dias para a viagem do Tiago e 66 dias para a minha.